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A imensidão da pedra e a profundidade da rosácea, decorada com temas vegetais, contrastam com a simplicidade da cruz que remata a fachada principal. À medida que nos aproximamos, não há como não reparar em toda a escultura figurativa. Nos quadrúpedes de duplo corpo ligados pelo focinho no ângulo do capitel. No busto que espreita de um pequeno óculo. São trabalhos da oficina de Paço de Sousa. O portal é de arco quebrado. Com três arquivoltas, decoradas com bolas. Espaçadas. O tímpano é liso.
A igreja tem planta retangular, bem alongada, alçados bastante elevados e telhado de duas águas. A atual sacristia está do lado sul da cabeceira. A fachada lateral norte da nave apresenta uma pequena porta de duas arquivoltas em arco quebrado, um nível de mísulas lisas de apoio de um antigo coberto lateral, e três frestas muito altas e estreitas.
A primeira referência documental ao mosteiro é de 1096, mas dessa primeira fase pouco resta. Quase um século depois o mosteiro terá sido entregue aos crúzios de Santa Cruz de Coimbra que o terão reedificado. No primeiro quartel do século XIII ter-se-á concluído o prolongamento ocidental do templo. A capela do lado norte, originalmente dedicada a Santa Maria, está datada por uma epígrafe de 1258. Junto ao campanário ainda é possível identificar a assinatura do mestre responsável: MR TL - Magister Telo. O derradeiro impulso ocorreu já nos finais do século XIII quando novos canteiros, formados na oficina de Paço de Sousa, terminaram as abobadas do corpo e o sector ocidental. A rosácea, os colunelos do portal e toda a escultura figurativa resultam do trabalho dessa oficina.
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Gps 41.34436022 , -8.38103145
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