Já percorreu a rigorosa geometria dos canteiros do Roseiral? Depois de atravessar a pérgola de roseiras de trepar… Sabe de cor o nome das plantas aromáticas? E a perspetiva dos jardins, vista do primeiro andar da Casa? Ouviu o coaxar das rãs do lago?
A casa é um sedutor e único exemplar da arquitetura Art Déco. Remonta aos anos 30 do século XX e teve a intervenção de nomes significativos como Marques da Silva, Charles Siclis, Jacques Émile Ruhlmann, René Lalique e Edgar Brandt. O piso enterrado alberga a cozinha, a despensa e os locais de serviço, o piso térreo tem todas as salas de estar, de jantar, átrios e biblioteca e o primeiro piso corresponde à zona privada. A capela foi recoberta com um forro exterior que a integra visualmente no conjunto da casa.
O Casal de Santa Maria, chamado de Quinta de Lordelo enquanto propriedade da família de Carlos Alberto Cabral, até 1957, é constituído por 18 hectares com casa principal, várias dependências anexas, um assento agrícola no extremo sul, jardins e matas. Após a aquisição pelo Estado foi promovida uma exposição, em Fevereiro de 1988. Chamou-se “Casa de Serralves. Retrato de uma Época”. Nome pelo qual o Estado passou a designar a propriedade. O parque abriu ao público em 1988, a Fundação foi constituída em 1989 e o Museu de Arte Contemporânea, com edifício da autoria do arquiteto Álvaro Siza, respeitando condições de espaço e de integração paisagística muito singulares, foi inaugurado em 1999.
Não foi apenas a Casa ou o Museu. Todo o conjunto edificado da Fundação de Serralves e a sua envolvente, ou seja, o Parque de Serralves como um todo, recebeu a classificação de monumento nacional. A distinção de toda esta zona, também conhecida como Casal de Santa Maria, significa o reconhecimento da relevância não só do património arquitetónico como também dos jardins.