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Aproveitando a passagem de D. Manuel por estas terras, em 1502, quando este se dirigia a Compostela, o povo de Azurara pediu ao rei permissão para edificar uma nova igreja. A construção da nova matriz, dedicada a Santa Maria a Nova, ter-se-á iniciado nesse mesmo ano e terá terminado em 1522, data de conclusão do espaço da capela-mor. O edifício assemelha-se à Igreja Matriz de Vila do Conde, edificada na mesma época.
A torre, do lado esquerdo da fachada, foi construída no final do século XVII. Tem um balcão no segundo registo e oito aberturas sineiras no topo. O modelo é decalcado da torre da matriz de Vila do Conde, edificada pelo mestre João Lopes, o Moço, durante a década de 80 do século XVI. A imagem de Nossa Senhora, no portal, decorado com motivos de grotesco, veio da capela primitiva de Azurara.
A estrutura, manuelina, é de grande sobriedade, mas todo o conjunto evidencia algum ecletismo, resultado da longa campanha de obras de que resultou a sua edificação. A estrutura exterior das naves é rematada por uma linha de ameias.
O interior tem três naves de cinco tramos e arcos de volta perfeita, assentes em pilares lavrados com motivos vegetalistas. A capela-mor, de planta quadrada, é coberta por uma abóbada de nervuras de gosto manuelino, concluída em 1522 pelo mestre Gonçalo Lopes. Assim nos diz a inscrição. A cabeceira tem um revestimento a azulejo, datado do século XVIII e proveniente da oficina de António Rifarto. Dos altares das naves laterais, com pinturas quinhentistas, destaque para os painéis maneiristas do retábulo de Nossa Senhora do Rosário, pintados por Francisco Correia. O atual retábulo da capela-mor foi executado em 1720 pelo entalhador Francisco Machado.
No primeiro domingo de agosto acolhe a Festa de Nossa Senhora das Neves. Antigamente era conhecida por Romaria dos Anéis porque era nessa altura que os noivos compravam as alianças de casamento.
Gps 41.344889 , -8.73605
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