O corpo foi trazido de Roma. Falamos de São Donato. Protetor das gentes do mar. E são muitos os devotos que, ao longo do ano, o visitam. É o que vamos fazer.
Sobre as primitivas instalações do templo, objeto de uma reedificação em 1591, desconhecem-se pormenores. Certo é que as obras só ficaram concluídas entre 1750 e 1755. Existe uma galilé, que protege a entrada da Igreja, formada por três arcos de volta perfeita, sendo o central de maiores dimensões. A fachada tem, ao centro, uma janela que ilumina o coro alto. Entre a janela e o arco central está o brasão da Ordem. Uma imagem de Nossa Senhora dos Anjos, a quem o templo foi dedicado, remata o frontispício.
O acesso à sacristia faz-se pelo corpo lateral. Remata com uma torre sineira de duplo sino que terá sido colocado em 1731.
No interior, atravessamos uma nave única até chegar à capela-mor. Retangular. Há dois púlpitos de talha dourada e, no coro alto, um cadeiral com três dezenas de lugares. Foi acrescentado em 1755. O altar-mor, também em talha dourada, tem uma imagem da invocação do templo (autoria do entalhador João Correia da Silva). Lado a lado com as imagens de São João e de Santa Ana. No corpo da igreja estão, ainda, os altares de São Francisco e Santo António, mas a capela de maior importância é a de São Donato. O corpo deste mártir, de grande devoção por parte dos mareantes, foi trazido de Roma por Frei Francisco de Azurara e depositado nesta igreja a 28 de Abril de 1757, onde se mantém numa urna de cristal. A capela ficou concluída em 1760.
Com a extinção das ordens religiosas, o convento de Azurara foi vendido a José Monteiro da Silva, natural de Vila do Conde que, mais tarde, doou o imóvel a Ezequiel Carneiro Pizarro Monteiro, família na qual o convento se manteve até 1930, ano em foi novamente vendido. Desde 1990 que é propriedade da Ordem Terceira de São Francisco de Azurara.