Estamos aqui para ver as gravuras, mas… Antes disso, impossível não reparar na paisagem à volta. Basta subir ao topo do penedo. A vista abrange o vale do Caima. Agora as gravuras. Há dois grupos. Um deles (Outeiro dos Riscos I) tem um núcleo central inscrito num plano quase vertical, com formas circulares concêntricas bem delineadas. O painel denominado Outeiro dos Riscos II tem motivos um pouco mais esbatidos pela erosão, mais ainda é bem visível uma espiral associada a um motivo linear que se liga a quatro quadrados. Assemelha-se a um tabuleiro de jogo. Os desenhos estão orientados no sentido nordeste-sudoeste, precisamente para o vale encaixado do rio Caima e na direção das gravuras identificadas na outra margem do rio.
O imaginário popular local atribui os vestígios da estação arqueológica do "Outeiro dos Riscos" (ou "Cabeço do Outeiro dos Riscos", como também é conhecida) à presença dos "mouros" dos tempos da reconquista cristã, efabulando lendas que envolvem príncipes cristãos, princesas mouras convertidas pela paixão ou tesouros ardilosamente escondidos pelos mouros. No entanto, estamos perante uma realidade bastante anterior. Os dois afloramentos graníticos terão a sua origem, ao que tudo indica, entre o Neo-calcolítico e a Idade do Bronze.
Já agora, uma última dica: a hora ideal de visita é entre as 15:00 e as 16:00, altura em que a luz solar mais destaca as gravuras.