Estamos junto à margem do rio Douro, no Cais de Vila Nova de Gaia, Largo de Aljubarrota. Todo o casario à volta integra o Espaço Corpus Christi numa paisagem natural única. Hoje assiste-se a concertos, exposições e conferência neste que já foi lugar de culto. O Convento de Corpus Christi, de freiras dominicanas, foi fundado em 1345 por D.ª Maria Mendes Petite, viúva do trovador dionisino Estevão Coelho e mãe de Pêro Coelho, um dos participantes no assassínio de D.ª Inês de Castro.
A igreja primitiva sofreu uma degradação gradual devido às cheias do rio Douro que levou à edificação de um novo templo, no século XVII. No século XVIII, constrói-se a fachada barroca que antecede o portal da igreja, com evidente influência de Nasoni. A igreja tem uma nave de planta octogonal abobadada, uma capela-mor a nascente e coros a poente. A austeridade e simplicidade das fachadas contrastam com a expressividade do interior, onde se destaca, no coro alto de traça barroca, o cadeiral em talha, a pintura e o imaginário do teto forrado com 49 caixotões do século XVII. Apresentam pinturas a óleo sobre tábuas com imagens de papas, beatos, santos dominicanos e algumas figuras femininas. O cariz de clausura é bem manifesto nas imponentes grades dos coros, marcando a fronteira entre o espaço público de culto e o espaço privado das irmãs.
O Convento Corpus Christi foi distinguido com o prémio reabilitação de imóveis, atribuído pelo Instituto de Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU).