Dá bem nas vistas. Para quem vem, por exemplo, da Praça Gomes Teixeira. Mais conhecida por “Praça dos Leões”. Falamos da fachada lateral da Igreja da Venerável Ordem Terceira do Carmo. Coberta com um grandioso painel de azulejo. Os desenhos são de Silvestre Silvestri.
De linguagem rococó, a Igreja começou a ser construída em 1756, com projeto de José de Figueiredo Seixas. A estrutura ficou concluída em 1762, depois de Nicolau Nasoni ter sido chamado a avalizar o traçado arquitetónico, mas as campanhas decorativas prolongaram-se. Os retábulos das seis capelas da nave remontam a 1771, e da capela-mor, autoria de Francisco Pereira Campanhã, a 1773. A fachada tem dois nichos com as imagens dos Profetas Elias e Eliseu. No segundo registo, rasgam-se duas janelas e um nicho central, envidraçado, com a imagem de Santa Ana. O tímpano exibe o brasão da Ordem e, sobre o frontão, as esculturas dos quatro Evangelistas, executadas entre 1764 e 1765.
Bem mais austera é a fachada da Igreja dos Carmelitas. Pertenceu ao extinto convento, hoje ocupado pela Guarda Nacional Republicana. As obras prolongaram-se durante a primeira metade do século XVII e a igreja, concluída em 1628, só viu a campanha decorativa terminada cerca de 1650. A fachada tem dois andares. Aos três arcos de volta perfeita correspondem três nichos com as imagens de São José e Santa Teresa de Jesus e, ao centro, Nossa Senhora do Carmo. O tímpano exibe o brasão dos carmelitas. Tem nave única e seis capelas. No interior do templo predomina a talha dourada, que extravasa os retábulos das seis capelas e se estende a determinadas zonas da abóbada.
Entre a igreja e o edifício conventual encontra-se a torre sineira, revestida por azulejos e termina numa cúpula em forma de bolbo.
Colocado entre 1907 e 1912, o revestimento foi feito com azulejo azul e branco, pintado nas fábricas do Senhor do Além e da Torrinha, em Vila Nova de Gaia. O que representa? A imposição do escapulário no Monte Carmelo.