É nas colinas que dominam o estuário do rio Douro que vai desaguar o Centro Histórico da cidade do Porto, palimpsesto de múltiplas culturas. Crenças, valores e exigências de épocas e estilos sucessivos (Românico, Gótico, Renascentista, Barroco, Neoclássico e Moderno) foram embainhando uma estrutura geográfica invulgar. A diversidade arquitetónica, civil e religiosa que o território assimilou traduz uma eficaz capacidade de adaptação às características geográficas. A população construiu uma cidade que fez convergir interesses militares, comerciais, agrícolas e demográficos. O resultado é um trabalho coletivo. Gerado por sucessivas contribuições.
As tortuosas ruelas que foram adaptadas à topografia medieval, as pequenas praças da Renascença, as ruas que desembocam em monumentos barrocos, a profusão de edifícios, aos quais foram sendo adicionados novos andares, as novas construções… Todo este conjunto promove um tecido urbano complexo, mas um dos aspetos mais significativos do Centro Histórico é o seu valor panorâmico, fruto da articulação harmoniosa das ruas e do diálogo com o rio. Apesar da variedade de formas e materiais, o Centro Histórico do Porto conserva uma unidade estética visual.
À riqueza monumental e paisagística juntou-se a capacidade de assimilar a diversidade de soluções de conceção urbana das cidades da Europa Ocidental e Atlântico-Mediterrâneas. Desde a época medieval aos inícios da modernidade. O Centro Histórico do Porto foi classificado como Património Mundial em 1996 e o seu território abrange as freguesias de Sé, São Nicolau, Miragaia e Vitória.