De frente para a simples mas convidativa fachada principal, não se poderia adivinhar a imponência e exuberância que esta igreja alberga. A talha dourada, presente um pouco por todos os elementos decorativos deste templo, impressiona. Os painéis dos altares e o púlpito são verdadeiros exemplos da sua campanha decorativa. Mas é o altar-mor, que pela sua grandiosidade e decoração profusa, própria do Estilo Nacional, capta a atenção. Este é o resultado das exigências do Reverendo Abade Adriano Peixoto de Andrade, pároco de Louredo, manifestadas na celebração do contrato com o mestre Manuel Machado de Miranda, a 1 de Setembro de 1715.
Observe a sua estrutura. As colunas em espiral e arcos semi-circulares organizam a tribuna e o trono eucarístico. Repare que a talha dourada revela um simbolismo próprio, composto por folhas de videira, cachos de uvas, aves Fénix, entre outros elementos. Extravasando o olhar do altar-mor, é fácil percecionar as semelhanças na linguagem artística dos painéis dos altares laterais, que são palco para o delicado conjunto de estátuas de vulto pleno.
Na saída, volte-se para apreciar novamente a fachada. O pano central inclui um portal de verga reta com cornija saliente, que por cima acolhe um nicho com a imagem do padroeiro. Rematado por um frontão triangular, que é o palco da cruz, e por duas torres sineiras nas laterais. Não deixe escapar as gárgulas que guardam as duas pequenas janelas.
Este monumento datado do século XVIII (1716-19), vem substituir um de época anterior que se ergueu noutro local. Assim, indica a escritura do altar-mor com data de 1715, ano em que a capela-mor ainda se encontrava em construção.