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Difícil é desviar o olhar. Resistir ao toque. Não pensar que, a qualquer momento, ele se vai virar, olhar-nos nos olhos e estender a mão. Ele é o Desterrado. A obra-mestra de António Soares dos Reis (1847-1889), esculpida em Roma em 1872. Para além da cidade, este museu tem uma relação direta com o ensino da Escultura e a Academia Portuense de Belas Artes – atual Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto –, onde António Soares dos Reis foi estudante e professor. Esta é a Galeria de Escultura do Museu Nacional Soares dos Reis.
É no Palácio dos Carrancas, de finais do século XVIII, que está instalado o único museu nacional da cidade do Porto. A exposição permanente, no topo das primeiras escadas, permite fazer um percurso cronológico pela pintura e escultura portuguesa do século XIX e primeira metade do século XX. Augusto Roquemont, Francisco José de Resende e Miguel Ângelo Lupi são alguns nomes associados ao Romantismo, mas o ciclo dedicado ao Naturalismo constitui a maior coleção do museu com de obras de Silva Porto e Marques de Oliveira, mas outros pintores como José Malhoa, Columbano, António Ramalho e João Vaz também estão representados.
Voltamos à Galeria de Escultura e a António Soares dos Reis, artista que dá nome ao Museu. Em gesso, mármore ou bronze estão aqui obras do estudante e depois do artista já reconhecido. Continuando o percurso pela pintura do século XIX, destaque para a obra de Henrique Pousão a que se seguem os pintores naturalistas. Aurélia de Sousa e António Carneiro são nomes associados, na viragem do século, à rutura com as persistências naturalistas. As transformações sofridas pela arte em Portugal na primeira metade do século XX estão representadas por obras de pintores como Dordio Gomes, Fernando Lanhas, Júlio Resende e escultores como Diogo de Macedo, Francisco Franco e Ernesto Canto da Maya.
No segundo piso há ainda faiança portuguesa do século XVII, peças de mobiliário, pratas e têxteis dos séculos XVII e XVIII. No salão nobre do palácio, enquanto este foi residência da Família Real no Porto, entre 1861 e 1910, encontram-se peças relacionadas com a presença portuguesa no Oriente. É o caso de um par de biombos Namban - japoneses - do sécúlo XVII com cenas que representam a chegada de uma nau portuguesa ao Japão.
mnsr@ipmuseus.pt • http://www.mnsr-ipmuseus.pt/ • Ver arquivo Museus de Portugal
Gps 41.14768 , -8.621561
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